sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

De quem é a culpa?

Fotógrafo: Nelson Antoine / Fotoarena


                                                        
                                      
Desde que cheguei a São Paulo, há catorze anos, é a mesma coisa: chove, alagam-se ruas, avenidas, casas; pessoas perdem seus móveis, suas casas, suas vidas. E tenho certeza absoluta de que isso acontece há muito, muito mais anos atrás.
Mas de quem é a culpa? É da população quem constrói suas moradias em lugar inadequado? É do poder público que vê o que acontece e faz quase nada? Sei que numa hora dessas, procurar o culpado não é solução, mas serve para pensarmos um pouco.
São Paulo, há muitas décadas, cresce desordenadamente. E o que é crescer desordenadamente? A cidade cresce onde não deveria. Casas, prédios, ruas, avenidas, praças são construídas onde não é adequado. Onde deveriam ter árvores para segurarem os morros, próprios da natureza, há construções. Toda a natureza está sendo modificada pelo homem.
Um exemplo é o conjunto de bairros conhecido por Jardim Pantanal, que foi construído na várzea do rio Tietê. Por um longo período do ano o local fica seco. Mas quando chegam as chuvas de verão, tudo alaga porque lá é espaço das águas. É como se a água que para ali vai, ficasse um tempo fora e ao seu tempo ela voltasse porque é o seu lugar, seu espaço. E quem  erra a água ou as pessoas? Certamente a água não é.
Mas e o outro lado? E os nossos políticos que escolhemos para nos representar no poder? Onde estão? O que fazem enquanto a água está se preparando para voltar? Sabe o que eles fazem? Fingem que não veem, asfaltam as ruas, avendidas, constroem até escolas nesses locais, que tem serviço de água tratada, luz elétrica, cobram impostos etc. Cadê o planejamento? Por que esses nossos representantes, escolhidos pela maioria, democraticamente, só aparecem depois que morrem dezenas, centenas de pessoas para dizerem que no próximo verão tudo irá mudar?
Mas esse texto muda alguma coisa? Quem sabe? Daqui há pouco mais de um ano, iremos novamente escolher, por força da lei e por direito nosso, novos, aliás, velhos representantes do povo. Podemos parar, pensarmos um pouco e escolhermos melhor. Lembrarmos que dois meses depois das eleições começam novamente as chuvas e que tudo vem como "um replay".
Pensemos, reflitamos e escolhamos melhor. Afinal a cidade toda tem responsabilidade nisso.

É isso. Ilma Madrona

Um comentário:

  1. Oi mãe, eu achei ótimo a postagem q vc fez sobre a chuva. muito interessante!!!
    e os alagamentos q acontecem também é por causa das pessoas q ficam jogando LIXO na rua, então antes de jogar LIXO na rua pensse primeiro no q vai acontecer no fulturo.

    BJS mãe!!! Tchau!!!

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