sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Cotas raciais para Universidades Públicas

Muito se discute sobre o programa de cotas para as universidades públicas brasileiras. Há os que defendem e veem as cotas como um avanço na educação brasileira, sobretudo no ensino superior. Há aqueles que as repudiam e enxergam-na como uma maneira sutil de enaltecer o racismo - dividindo o Brasil por raças. 
Assistindo a um programa da TV Escola, percebi o quanto isso é pouco debatido nas escolas e na sociedade em geral. Será que o programa de cotas é mesmo para combater a desigualdade racial nas universidades? Será que ajuda a avançarmos na educação brasileira.
Que nós negros sofremos preconceitos e discriminações de todo tipo no Brasil isso é fato. Agora achar que vai resolver o problema do racismo, o problema da Educação abrindo cotas raciais, isso é um equívoco intencional, e querer tentar tirar do poder público e da sociedade a responsabilidade por deixar que o ensino-aprendizagem não seja prioridade. 
É como se quiséssemos tratar uma grave infecção com chazinho de camomila.  O problema da Educação Brasileira começa lá na Educação Infantil. É lá na base. É na valorização do profissional da educação, nas estruturas das unidades escolares, nas gestões das escolas que viraram cargos de confiança sem levar em consideração a autonomia e competência desses profissionais. 
Sou contra as cotas raciais, pois essa 'solução' é o mesmo que afirmar que nós negros só conseguimos entrar em uma universidade se for por um jeitinho, diminuindo a nota de corte. É o mesmo que dizer que não podemos competir com as pessoas de cor branca. Ora, a inteligência de uma pessoa não se mede pela cor da pele, nem pelo balanço dos cabelos! É necessário investir na Educação Básica, em todos os âmbitos, e não tentar paliativos que venham querer atestar a superioridade de uma cor em detrimento de outra. 
Nós negros não precisamos de favor 'nos deixando' que entremos na universidade. Precisamos de respeito, de acreditar em nós mesmos, buscar mais a valorização das pessoas como seres humanos, independentemente da cor da pele, do tamanho do cabelo, da boca, do nariz. Precisamos valorizar nós mesmos e mostrar para nós em primeiro lugar  que podemos chegar a uma universidade com nosso esforço, estudando muito. E a sociedade verá o resultado. 
É isso!
Ilma Madrona

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